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12 janeiro, 2013

vazio ardente

Ardem, ardem tanto, sinto o peso que elas carregam. Quase que consigo ver, no meio da escuridão deste quarto que agora parece tão grande e eu tão pequena, todos os momento que me levaram a esta loucura. Todas as palavras abafadas e sorrisos forçados, todos os gestos educados e roupas formais.
Sinto o pescoço molhado. No escuro, deito-me sob uma colcha que ao toque não é nada suave e isso arrepia-me mas não hesito em ficar lá. O cansaço é enorme e ficaria até no chão se calhasse. Levo um lenço ao meu rosto e afasto-o de seguida. Sai com tinta preta borrada da, ainda, maquilhagem que tinha usado durante o dia.
Maldita a noite onde tudo parece mais complexo, onde os problemas são uns autênticos quebra-cabeças que ninguém fez as soluções.
Ouço um maldita música calma. Nestas situações só estes géneros de musica é que me acabam por acalmar, nem que seja só três horas depois. Mas acalma-me!
Fico por momentos a pensar qual seria mesmo o motivo de eu estar ali naquela imensidão de solidão comigo mesma, mas a minha mente não dá tréguas e arde de novo.
É como se aquela ardência soubesse mesmo as coisas más que a provocaram. Sinto dor, tristeza, solidão, sinto falta, sinto saudade, sinto muito, e no entanto, por dentro, já não consigo sentir nada. Está vazio!

with my soul, xana.



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